Curso Antropologia, Consciência e Imaginação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

Prof.Dr. Marcelo S. Mercante.

Este curso tem por objetivo explorar as bases antropológicas da consciência e da imaginação. A base etnográfica para tais estudos será composta por textos que trabalhem com estados alterados de conscientização, sejam eles induzidos por uso de substâncias psicoativas, por transe de possessão ou por estados meditativos. Da mesma forma, o curso tem por proposta fazer uma introdução antropológica ao campo disciplinar dos Estudos da Consciência. Outro ponto importante a ser explorado neste curso, ainda que de forma transversal, diz respeito à participação de antropólogos e antropólogas durante trabalho de campo que envolva estados alterados de conscientização. Neste ponto a discussão passa a envolver as bases epistemológicas da antropologia e a validade de um conhecimento adquirido através de estados de conscientização outros que não o dito “normal”.

07/08 – Introdução e apresentação do curso
Filme: “Quem somos nós”

Consciência

14/08 – Definição de consciência

1) Chuchland, P. M. (1998). Matéria e consciência. Uma introdução contemporânea à filosofia da mente. São Paulo: Editora Unesp (pp. 15-24).
2) Del Nero, H. A. (1997). Sincronização e consciência: fundamentos naturais da cultura ou fundamentos culturais da natureza? Psicologia USP, 8(2):69-100.
3) Krippner, S. (1997). Os estudos sobre a consciência na era pós-moderna. Thot, 64:32-40.

21/08 – Química, cultura e consciência
1) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
2) Atlan, H (2003). Ruído e determinismo: diálogos espinosistas entre antropologia e biologia. Mana, 9(1):123-137.
3) Geertz. C. (1989). O crescimento da cultura e a evolução da mente. In A interpretação das culturas, (pp. 67-98). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

11/09– Estados alterados de conscientização

1) Krippner, S. Estados alterados de consciência.
2) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
3) Teilhard du Chardin, P. (1995). O Fenômeno Humano. São Paulo: Cultrix. (pp. 185-213).Filme: Peyote (sobre a Ayahuasca, no YouTube)

Imaginação

18/09 – Imaginação
1) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
2) Capranzano, V. (2005). Horizontes imaginativos e o aquém e além. Revista de Antropologia, 48(1): 363-384.
3) Platão, 1997. A República. São Paulo: Editora Nova Cultural. Coleção “Os Pensadores”. (pp. 247-248).
4) Augé, M. (1998). A guerra dos sonhos. Exercícios de etnoficção. São Paulo: Papirus Editora. (pp. 63-88).
5) Durand, G. (2001). As Estruturas Antropologicas do Imaginário. São Paulo: Martins Fontes. (pp. 21-31 e 425-434).

25/09 – Imagens mentais espontâneas
1) Bachelard, G., (2001[1943]). O Ar e os Sonhos. Ensaios Sobre a Imaginação do Movimento. São Paulo: Martins Fontes. (pp. 1-6; 120-122; 151-153; 169-172)
2) Huxley (A experiência visionária), 3) Cemin, A. B. (2000). Entre o cristal e a fumaça: afinal, o que é o imaginário? Revista Eletrônica do Centro de Estudos do Imaginário, http www.revistapresenca.unir.br.
4) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.

Religião e Espiritualidade (Apresentação dos projetos de pesquisa)

02/10 – Espaço espiritual

1) Araújo, M. G. J. (2004). Cipó e imaginário entre seringueiros do Alto Juruá. Revista de Estudos da Religião, 1: 41-59. www.pucsp.br/rever/rv1_2004/p_araujo.pdf
2) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
3) Alencar, J. (2005). Iracema. Rio de Janeiro: Ed. Record. (pp 65-66, texto; 123-133, notas).

16/10 – Símbolos
1) Pessoa, F. (1997). Poemas Escolhidos. Rio de Janeiro: Jornal O Globo/Klick Editora. (p. 141).
2) Jung, A ambivalência do símbolo de peixes.
3) Prandi, R. (2001). Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras.
4) Durand, G. (2001). As Estruturas Antropologicas do Imaginário. São Paulo: Martins Fontes. (pp. 32-64).

Saúde

23/10 – Curas espirituais
1) Menacho S., J. A. (1988). Ritos mágicos y estados alterados en el contexto del curanderismo de la costa norte del Peru. Bull. Inst. Fr. Et. And., Document de Travail 1/1988, 17-26.
2) Chaumeil, J. P. (n.d.). Las plantas maestro y sus discípulos. curanderismo del Amazonas. Retirado em 2000 de www.mercurialis.com
3) Caprara, D. (1998). Medico ferido: Omulu nos labirintos da doença. In P. C. Alves & M. C. Rabelo (orgs.), Antropologia da saúde: Traçando identidades e explorando fronteiras, (pp. 123-138). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Relume Dumará.
4) McCallum, C (1998). O corpo que sabe. Das epistemologias Kaxinawá para uma antropologia médica das terras baixas sul-americanas. In P. C. Alves & M. C. Rabelo (orgs.), Antropologia da saúde: Traçando identidades e explorando fronteiras, (pp. 215-245). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Relume Dumará.

30/10 – Imagens de cura
1) Achterberg, J., 1996. A Imaginação na Cura: Xamanismo e Medicina Moderna. São Paulo: Summus Editorial.
2) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
3) Gebhart-Sayer, A. (1986). Una terapia estética. Los diseños visionarios de ayahuasca entre los Shipibo-Conibo. América Indígena, 46(1), 189-218.
4) Torres, W. (2000). Liana del ver, cordón del universo: el yagé. Boletín del Museo del Oro, 46: 77-91. http://www.banrep.org/museo/esp/boletin/46/bmo46torres.pdf

Música

06/11 – Música, transe, e consciência
1) Ferricla, J. (s.d.). La relación entre la música y el trance extático. http://www.etnopsico.org
2) Bárbara, R. M. S. A terapia musical no candomblé. VIII Jornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina. São Paulo, 22 a 25 de setembro de 1998
3) Mercado, C. (1995-1996). Música y estados de conciencia en fiestas rituales de Chile central. Inmenso puente al universo. Revista Chilena de Antropologia.
4) Giove, R. (s.d.). Acerca del 'icaro' o canto chamánico. Retirado de www.mercurialis.com
5) Abramovitz, R. S. M., (.....). Música e miração: uma análise etnomusicológica dos hinos do Santo Daime. Dissertação de mestrado, Rio de Janeiro: Programa de Mestrado em Música, Centro de Letras e Artes, Unirio.

Trabalho de Campo

13/11 – Observação experiencial
1) Mercante, M. S. (2006). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian Ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco: Saybrook Graduate School and Research Center.
2) Silva, V. G. (2000). O antropólogo e sua magia. Trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre religiões afro-brasileiras. São Paulo: Edusp. (pp. 15-21; 124-139; 182-184).

20/11 – Apresentação dos trabalhos.

27/11 – Avaliação do curso.

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