IV Colóquio História e Arqueologia da América Indígena
Universidade de São Paulo
4 e 5 de dezembro de 2006
Sala de Vídeo do Depto de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Avenida Prof. Lineu Prestes, 338 – Cidade Universitária CEP 05513-970 – São Paulo – SP
Programação
4 de dezembro
9h00 – Conferência de abertura
A crise da mestiçagem e a busca de novas formas de relações interétnicas nos Estados-Nações da América
Federico Navarrete Linares – Instituto de Investigaciones Históricas, Universidad Nacional Autónoma de México
10h00 – Mesa 1: A escrita e os códices mesoamericanos: análise e uso como fonte histórica
A escrita mesoamericana e o códice Vindobonensis
Débora Bichler Duval Braga – Graduanda em História no Centro Universitário Franciscano e bolsista PROADIS/UNIFRA
Um olhar sobre o códice Zouche-Nuttall
Fernanda Daroda Dellamea – Graduanda em História no Centro Universitário Franciscano e bolsista PROADIS/UNIFRA
Elisabeth Weber Medeiros – Centro Universitário Franciscano
A escrita mesoamericana: dos códices pré-hispânicos aos códices coloniais – continuidades e descontinuidades
Janaina Vedoin Lopes – Graduanda em História no Centro Universitário Franciscano e bolsista PROADIS/UNIFRA
Considerações iniciais sobre a organização material do códice Telleriano Remensis
Gláucia Cristiani Montoro – Doutoranda em História pelo IFCH, Universidade Estadual de Campinas, e bolsista CNPq
12h00 – 13h30: Intervalo para almoço
13h30 – Mesa 2: História, religião e política entre maias e nahuas
De olhos para o céu: as observações astronômicas no mundo maia clássicoAnderson Gonçalves Gandor – Graduando em História no Centro Universitário Franciscano e bolsista PROADIS/UNIFRA
Escrita e poder político entre os nahuas: transformações e continuidades nos séculos XV e XVI
Eduardo Natalino dos Santos – Departamento de História da FFLCH, Universidade de São Paulo, CEMA/USP
Cultos e relações de poder: variações no patronato das divindades nahuas do planalto central mexicano no período pós-clássico
Marcia Arcuri – CEMA/USP, pós-doutoranda pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e bolsista FAPESP
13h00 – 15:30h: Intervalo para café
15h30 – Mesa 3: Relações de poder e alteridade no contato entre sociedades nativas e ocidentais
Mesmo bárbaro, o outro também conhece: a produção alimentar e manufatureira dos indígenas amazônicos na visão dos cronistas ibéricos (séc. XVI-XVII)
Auxiliomar Silva Ugarte – Universidade Federal do Amazonas
As chefias indígenas e a estrutura de poder colonial, sob o Diretório dos Índios (1758-1798)Mauro Cezar Coelho – Universidade Federal do Pará
O índio e a mestiçagem na construção da identidade chilena
Horacio Gutiérrez - Departamento de História da FFLCH, Universidade de São Paulo
Dia 5 de dezembro
9h00 – Conferência de abertura
A missão na dinâmica argumentativa dos jesuítas: o Informe das Missões do Marañon de Francisco de Figueroa, 1661
Fernando Torres Londoño – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
10h00 – Mesa 4: Estudos interdisciplinares de História e Etnologia Indígena
John M. Monteiro, Coordenador e Debatedor – Departamento de Antropologia, Universidade Estadual de Campinas
A narrativa visual do contato entre as tropas militares e os kaingang
Glória Kok – Pós-doutora pelo Departamento de Antropologia/CPEI, Universidade Estadual de Campinas
Imagens kaiowá do Forte de Iguatemi e seus impactos na sociedade contemporânea
José Maria Trajano Vieira – Doutorando em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas
Cartografia dos postos de atração na fronteira oeste, em Mato Grosso
Lucybeth Camargo de Arruda – Doutoranda em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas
Processos territoriais, discursos sobre o passado e etnopolítica: apontamentos sobre a “questão” mapuche
Raúl Ortiz Contreras - Mestrando em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas
12h00 – 13h30: Intervalo para almoço
13h30 – Conferência de abertura
Porque estudar as crônicas
Antonio Porro – Pesquisador no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo
14h30 – Mesa 5: Fontes escritas nos estudos das sociedades andinas
Os cronistas dos séculos XVI e XVII e a história do mundo andino
Elisabeth Weber Medeiros – Grupo de Estudos da América Indígena do Centro Universitário Franciscano
A representação da mulher inca na obra de Felipe Guaman Poma de Ayala, séc. XVII
Luciana de Campos – Doutoranda em Letras pela Universidade Estadual Paulista
De medicinas divinas a diabólicas; Psicoativos e os “bárbaros” do México e Peru na “Historia natural y moral de las Indias” do padre José de Acosta (1590)
Alexandre Camera Varella – Mestrando em História Social pelo Departamento de História da FFLCH, Universidade de São Paulo, bolsista FAPESP e pesquisador do NEIP (*)
Anotaciones sobre la extension e índole del Tawantinsuyu
José Carlos Fajardo – Departamento de Português e Espanhol, Universidade de Stanford
16h30 – 17h00: Intervalo para café
17h00 – Mesa 6: Fontes materiais nos estudos das sociedades andinas
O urbanismo incaico: as llactas e a construção do Tahuantinsuyo
Denise de Fátima Martins Oliveira – Licenciada em História pelo Centro Universitário Franciscano e bolsista PROADIS/UNIFRA
A função ritual da música no Peru antigo e a crônica de Guaman Poma de Ayala
Daniela La Chioma Silvestre – Graduanda em História no Departamento de História da FFLCH, Universidade de São Paulo, e bolsista CNPq
O tecido andino como sistema de comunicação: cultura e identidade
Elisa Akemi Watanabe – mestre em História da Arte pela Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo
18h30 – Considerações finais
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De medicinas divinas a diabólicas; Psicoativos e os “bárbaros” do México e Peruna na “Historia natural y moral de las Indias” do padre José de Acosta (1590)
Alexandre Varella
O eminente jesuíta José de Acosta apresentou em 1590 um tratado sobre a América que seria logo traduzido para vários idiomas e publicado em diversos países da Europa. Versava principalmente sobre o México e Peru, núcleos do império espanhol nas chamadas “Índias Ocidentais”. Na “historia” de Acosta podemos observar como o cacau, a coca, a chicha, o tabaco, a vilca e outras substâncias psicoativas utilizadas por indígenas “mexicanos” ou “del Perú” são enquadradas num discurso que contrapunha atribuições e costumes considerados legítimos e “naturais” a outros impróprios e condenáveis, estes últimos associados a “supersticiones”, “hechicerías” e “idolatrías”. No extremo, Acosta pronunciaria expressamente que certos preparados nada mais eram que “medicinas diabólicas”, descartando qualquer serventia de substâncias consideradas pelos índios (segundo os termos do próprio padre Acosta) como divinas.