Kambô reinventado: antídoto anti-fossa
Mensagem enviada hoje por José Roberto:
"Cara Bia Labate
Sou admirador do seu trabalho. Tirei umas fotos que mando aqui para o seu blog, minha modesta contribuição. Queria te contar a história, é assim: tomei um fora da menina com quem eu estava saindo há três meses. Eu estava super apaixonado, ela é uma graça, e achei que a gente combinava muito. Estava nas nuvens... pensando: “desta vez acho que vai...” Mas aí ela começou a dar umas mancadas, tipo sumir um pouco, não responder minhas mensagens, estas coisas. Então eu cheguei junto e disse “e aí, vamos namorar ou não?” Dei aquela pressionadinha básica, afinal, ela tem 35 anos, e está solteira e eu também.... Então fomos viajar, e ficamos conversando muito, fazendo amor adoidado, debatendo a ‘relação’, mil papos intensos, numa paisagem incrível.... Depois de três dias ela chegou e me falou: “No próximo um ano e meio minha prioridade é meu trabalho." (Ela é super idealista, uma guerreira linda, e ocupa um cargo de grande responsabilidade e poder). Então já veio o frio na espinha prá mim... E aí ela emendou o que eu temia: "No meu entender este não é o momento de estarmos namorando.” (Confesso que eu achei isto meio brega, parece linguagem de telemarketing, né?). Bom, eu fiquei pensando... “nooossa, esperou tirar todas as casquinhas de mim para me dizer isto... !” (eu ainda tava doendo de tanto exercício físico naqueles dias!). Eu respondi: “que pena, vou ficar muito triste!”... Aí ela começou a me dar umas broncas e expôs compenetrada a sua filosofia, que ainda não decidi se é um estágio de desapego zen-budista mais evoluído de ser, ou coisa de gente-pedra-de-gelo: “olha, no amor a gente não tem que sofrer não. Amor é para ser feliz. Não foi feito para isto, não! Eu te admiro e adoro muito. Estarei e me manterei em estado de amiga sempre”. Então além de levar fora eu ainda não podia ficar triste??? E tinha que virar brother dela na hora! Tudo bem, a partir de agora somos amigos, beleza! O que é isto?!... Aí pus na vitrola uns sambas bons que falam de tristeza... E fiquei curtindo... E como não sabia mais que fazer, e tinha lido uma vez um artigo na internet falando do kambô, e na época tinha me faltado coragem, procurei e achei alguém para me aplicar a vacina. Eu pensei assim “tô sofrendo, vou fazer algo pior para a dor passar. Vou vomitar e cagar, tipo a história do bode na sala, depois que passar, estou bom!”. E foi ótimo mesmo! Te mando as fotos, na ordem certa: o veneno na palheta, aplicado no braço, secando e depois sem, só os buraquinhos que ficam. Na verdade, li que os índios usam o kambô para combater a panema – má sorte na caça e no amor. Quando o camarada não consegue caçar bicho nem conseguir mulher. Mas não bem para pé na bunda.... mas acho que não foge muito do espírito, não?
Um abração,
E viva os malucos experimentalistas-psicodélicos que ainda sofrem por amor!
José Roberto"