Filme sobre xamanismo aborda uso Kaxinawá da ayahuasca

O Alto das Estrelas está prestando uma consultoria para a realização de um filme sobre xamanismo, "O Poder de Curar", dirigido por Gerson Daminani, como projeto de conclusão de seu curso de Graduação em Cinema na UCLA.

Sobre Gerson Damiani
Criador da D&D Films, iniciou seus estudos na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em Paris estudou fotografia e ampliou sua formação acadêmica no Institut de Sciences Politiques, com pós-graduação posterior em direito e economia-política na Freie Universität Berlin sobre o tema “regionalismo e desenvolvimento sustentável”. Trabalhou posteriormento no repatriamento de refugiados de guerra na África Ocidental. Na Universidade da Califórnia em Los Angeles, concluiu sua formação em Filme e TV, com especialização em documentários. Atuou como produtor e diretor dos filmes documentários “Ouro Branco – uma história do algodão”, “Revolução Invisível” e “O Poder de Curar”, assim como em diversos filmes institucionais e educacionais.

Sobre “O Poder de Curar” (Power to Heal)
Desde a tundra siberiana até as profundezas da Amazônia, esta série documentária relata o poder de cura da medicina alternativa. Cada episódio nos faz passar por uma experiência única sobre métodos de cura paralelos à medicina moderna. Temas como xamanismo siberiano, antroposofia, terapia musical, ayahuasca, hipnose, entre outros, são explorados e vivenciados.

Dia 10 de fevereiro de 2007 o Alto das Estrelas acompanhou as filmagens da equipe, composta por cinco pessoas, de uma entrevista com Leopardo Sales Yawa Bane Huni Kuin, em São Lourenço da Serra (SP).

Leopardo Sales Yawa Bane Huni Kuin (Kaxinawá) nasceu em 1982, na Aldeia Belo Monte – Reserva Kaxinawá do Rio Jordão, no município de Jordão, Acre. É filho de José Osair Sales Siã Huni Kuin (vice-prefeito de Tarauacá/AC) e Maria Nazeli Maspã. Começou a tomar nixi pae (ayahuasca) com oito anos de idade, e continuou desde então aprendendo como os pajés e lideranças da região. Desde 2003 está morando em São Paulo (SP), onde veio estudar a língua portuguesa, informática e cursar o ensino médio. É representante oficial do povo Huni-Kuin do Rio Jordão em São Paulo. Junto com seu irmão Fabiano Kaxinawá vem realizando periodicamente "Encontros com Nixi Pae" em São Paulo e no Rio de Janeiro, cerimônias acompanhadas de cantos em idioma Huni Kuin. Também está estudando o kampu, conhecido popularmente como 'vacina de sapo'. Realiza palestras em escolas e entidades culturais, divulgando a tradição cultural do seu povo e a história dos índios no Brasil. É vice-presidente do Instituto das Tradições Indígenas (IDETI).

Abaixo, o diretor, Monique e Yawa Bane.

Abaixo, Gerson e equipe filmando Yawa Bane na beira de um lago, enquanto ele conta a história da jibóia branca, mito Kaxinawa sobre o surgimento do cipó Banisteriopsis caapi. (Leia o mito contado por Leopardo em outra ocasião, transcrito neste blog, clicando aqui).


Outra personagem entrevistada para o filme foi Monique Marie Allain e Palomino, 48 anos, artista visual, residente em São Paulo. Monique tem uma dupla identidade, como Monique Allain e M. Palomino. Assim definiu Monique sua própria arte: "Minha obra é gerada pela necessidade intuitiva de estabelecer um paralelo entre a ciência e o pensamento humano, fundamentando meu trabalho no processo criativo da natureza e na evolução dos seres vivos. Procuro descobrir e percorrer os caminhos que conduzem à harmonia e ao equilíbrio."

A artista experimentou a ayahuasca pela primeira vez, e relatou suas expectativas e emoções no encontro com o nixi pae, o 'cipó forte' do povo Huni Kuin do Rio Jordão.

Abaixo, Gustavo Grandke, da D&D Filmes, filmando Monique no jardim da sua casa em São Paulo.

Yawa Bane pinta a artista Monique.


Detalhe da pintura.


Para entrar em contato com Gerson: jayd@globo.com
Para entrar em contato com Yawa Bane: yawabane@terra.com.br
Para entrar em contato com Monique: m.allain@uol.com.br
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Publicado artigo sobre Jurema na última Revista de Antropologia da USP

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